Dados são do boletim IPC-FGA, divulgado recentemente pelo Unifor-MG
O Índice de Preços ao Consumidor de Formiga (IPC-FGA) referente a julho deste ano apresentou uma inflação de 0,32%. A alta dos preços de bens e serviços na cidade foi um pouco menor em comparação à inflação brasileira no mesmo mês: 0,38%.
O boletim do IPC-FGA, que é resultado de um projeto de iniciação científica implantado em agosto de 2022 no Unifor-MG, visa mensurar e divulgar, geralmente entre os dias 19 e 21 de cada mês, a variação dos preços no município. Já o IPCA-Brasil é medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo o boletim, mais uma vez, o IPC-FGA ficou abaixo da média nacional. “No entanto, quando se compara percentuais dos grupos inflacionários do IPCA-Brasil com o IPC-FGA, notam-se variações expressivas. A diferença entre o Custo da Cesta Básica de Formiga [CCB-FGA] e o Custo da Cesta Básica em Belo Horizonte-MG, cidade-referência medida pelo DIEESE, caiu expressivamente. O CCB-FGA subiu para R$ 577,73 enquanto a cesta básica em BH reduziu para R$ 656,69. A diferença entre as duas cidades diminuiu de 30,57% [em Maio/2024] e 23,47% [em Junho/2024] para 13,72% [em Julho/2024], uma das menores diferenças já registradas, confirmando a quebra do intervalo oscilante historicamente observado”, explica o boletim.
De acordo com o Centro Universitário de Formiga, o IPC-FGA se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, cuja pessoa de referência é assalariada, e é obtido a partir das fórmulas empregadas pelo IBGE no cálculo do IPCA, sendo os fatores de impacto (pesos) de cada item adaptados a partir de Belo Horizonte. O Unifor-MG informou que são coletados, entre os dias 05 e 15 de cada mês, os preços médios de 209 itens, divididos em 9 grupos, nos 4 estabelecimentos de maior relevância econômica da cidade.
A inflação
Conforme o boletim referente a julho, o grupo “Artigos de Residência”, que no mês anterior teve uma participação discreta, ressurgiu com a maior inflação (0,24%), fruto das altas de preços de mobiliários para quarto (camas, colchões, guarda-roupas e outros). Em seguida, o grupo “Habitação” (0,19%). “Transportes”, que em junho liderou o grupo inflacionário, registrou 0,11% devido ao aumento do preço do automóvel zero km. Surpreendentemente, este mesmo percentual (0,11%) também foi observado para o grupo “Educação”, que, tradicionalmente, registra taxas inflacionárias baixas; nesse caso, a causa principal foi o reajuste de preço das novas coleções de material escolar que miram o segundo semestre letivo do ano. Na sequência, o grupo “Saúde e Cuidados Pessoais” registrou uma alta de 0,10% por conta de suplementos, vitaminas e outros itens destinados a praticantes de atividade física; os remédios de uso contínuo e outros que estão dentro dos programas governamentais de fornecimento não registraram aumentos significativos de preço. No penúltimo lugar do grupo inflacionário figurou “Comunicação”, registrando 0,06%, o que se deve ao aumento dos preços dos serviços gráficos, possivelmente, alimentado pelo período de campanha eleitoral. Por fim, o grupo “Alimentação de Bebidas” reverteu a tendência observada nos últimos meses e saiu do grupo deflacionário para o grupo inflacionário, registrando 0,03%. Ainda que baixo, esse índice é preocupante, pois reflete a elevação conjunta de vários itens, integrantes ou não, da cesta básica. Um exemplo é o café em pó, alho e farinha de trigo que subiram expressivamente (acima de 8,3%).
O boletim também traz a queda de preços. Apenas dois grupos registraram deflação, ou seja, variação negativa dos preços. Essa deflação, no entanto, foi muito impactante no IPC-FGA, principalmente a observada no grupo “Vestuário”, cujo percentual foi de 0,39%. Desde o mês de maio, o setor amarga com as baixas vendas de roupas de frio, fazendo liquidações fora de época. O outro grupo deflacionário foi “Despesas Pessoais”, o qual registrou 0,12% por conta das promoções que reduziram os preços nas diárias de hotéis, pousadas e casas de veraneio, ainda que o período fosse de férias. Isso é explicado pelo fato da pouca atratividade turística que o município oferece.
Fonte: O Pergaminho