Evento ocorrerá no próximo sábado, dia 3, quando é comemorado o Dia do Capoeirista
A Associação Cultural Capoeiras Gerais, liderada pelo Mestre Grande, divulgou nesta quarta-feira, dia 31, a programação do 1º Festival Afro Cultural, que reunirá música, culinária, artes e capoeira em um mesmo lugar. O evento voltado para a comunidade negra ocorrerá na Praça da Matriz São Vicente Férrer no próximo sábado, dia 3 de agosto, data em que se comemora o Dia do Capoeirista.
Conforme informou a produtora executiva do festival, Flávia Leão, o festival é patrocinado pela Secretaria de Cultura de Minas Gerais, com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura. “Ele ocorrerá porque a Associação Capoeira Gerais foi contemplada em um edital estadual chamado ‘Afromineiridades’, que é só para a cultura afro-brasileira. A associação então teve a ideia de fazer esse festival, que vai ocorrer em duas etapas. A primeira é o campeonato de capoeiristas, com premiações e oficinas, e a outra são as apresentações musicais, as artes e a culinária típica da cultura afro”, contou.
Segundo Flávia Leão, esse evento tem como objetivo cumprir com o edital “Afromineiridades”, trazendo essa cultura para Formiga. “Nossa intenção é fazê-lo crescer, colocando-o na Lei Rouanet para conseguirmos uma verba maior para trazer até mesmo um artista de renome. Será um evento para as famílias e para que as pessoas conheçam os artistas da cultura afro do nosso município”, comentou.
Programação
8h30 – café da manhã
8h50 – abertura oficial
9 horas – Aula com o Mestre Antônio Dias
10 horas – Aula com o Mestre Pedrinho
11 horas – Aula com o Mestre Passarinho
12 horas – Roda de Capoeira
12h30 – Almoço
14 horas – Apresentação de convidados
14h10 – Entrega de graduações
15h30 – Encerramento – Roda, Maculele e Samba de Roda
16 horas – Show com Maicon e Pedro
17 horas – Show com Melissa e Tiago
1º Movimento de Conscientização Negra em Formiga ocorreu em 1985
Idealizado pelo escritor e jornalista Manoel Gandra e executado pelo também escritor e professor doutor Márcio Antônio Silva – Márcio Pretto, o 1º Movimento de Conscientização Negra em Formiga foi realizado em 1985. Ele ocorreu no Ginásio Poliesportivo da Praça de Esportes e contou com diversas atividades, como congado, capoeira, dança e declamação de poesias.
Conforme contou Márcio Pretto, a ideia do movimento foi dada pelo Manoel quando ele e Márcio voltavam de um encontro da UNE (União Nacional dos Estudantes), no Rio de Janeiro, onde havia vários outros movimentos de diversidade estudantil. “Nós éramos do diretório acadêmico da Faculdade de Formiga, eu era o presidente e o Manoel, vice. Fomos a esse encontro representando os estudantes da instituição e, na volta, durante uma conversa, ele me sugeriu criar o movimento negro em Formiga.”
Segundo Márcio Pretto, em 1986, o movimento ganhou força e ocorreu novamente na cidade. “Ele foi bem maior, contou com aproximadamente 200 pessoas no ginásio e foi uma organização coletiva, com a participação de diversas personalidades negras. Nele, havia estudo. Eu acredito que não podemos fazer a folclorização da cultura africana, é preciso estudo, discussão teórica e fundamentação. Tivemos no segundo movimento uma missa e todas as canções apresentadas foram baseadas em músicas negras e no disco ‘Quilombo’, do Milton Nascimento. Na celebração, homenageamos, como representantes da comunidade negra, o Sr. Divino e Dona Cissa, da comunidade Alvorada, onde a meu ver é o reduto da comunidade do quilombo de Formiga. Depois disso, fui embora para o Norte de Minas trabalhar e o pessoal em Formiga até tentou dar seguimento ao movimento, mas não foi para frente”, relatou.
Fonte: O Pergaminho